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Mostrando postagens com o rótulo Poemas/poesias e contos;

Sou o que sou pela soma do que já fui.

                                                             Salvador Dali Oh que saudades tenho, daquilo que sentia tão intensamente sem saber mesmo que tudo aquilo não passava de ilusão. Mas oh doce ilusão. Que saudades tenho de ti. Ilusão de ser verdadeiramente amado por aquela que nem mesmo sabia o que era o amor.    Saudades tenho de minhas dúvidas sobre Deus. Se ele existia ou não. Se minhas orações em momentos de profunda angústia, por não ter o rosto de uma paixão nas palmas de minhas mãos, eram realmente ouvidas por algo ou alguém. Como me sentia abandonado por Deus, pelos anjos, pelo espírito, santo ou não.         Quanta ilusão assombrava meus sonhos. Disso não tenho saudades. Sonhar em ser notado, admirado por pessoas que nem mesmo conheço. Enquanto isso, aqueles que me percebiam eu não os percebia. Aqueles que me amavam eu não percebia. Aqueles que me admiravam eu não compreendia. Que sonho ruim, quase pesadelo, sonhar em ser quem não se pode ser.

Chamas da vaidade

por Alan Geraldo Myleo Cuidado bela donzela. Um passo atrás belo rapaz. O que chamas de beleza Não passa de ilusão Contaminada visão Equivocada certeza. Aquilo que é belo Em traços de uma face Em curvas de um corpo São só chamas da vaidade Queimando sua vida Se acabando com a idade Em nostalgia e desgosto Consumindo a felicidade. A beleza de verdade Não se perde na idade É algo imortal. Invisível, imaterial. Belo mesmo é o caráter A habilidade de ser bom A honestidade como um dom A personalidade e humildade.   O amor verdadeiro é uma dádiva Que une vidas em uma só Supera defeitos, doenças e dor. O amor equivocado Disfarçado de paixão Fantasiado pela estética É armadilha a espera Dos tolos e cegos A queimarem-se e afogarem-se Nas chamas da vaidade Nos mares da ilusão.   

Sou só o que me sobrou ser - Por Beatriz Brito

São Paulo, SP, Brasil – 1º de Abril de 2013, por Beatriz Brito Quebrando os galhos secos de uma primavera passada com meus pés descalços, observo o céu acinzentado e sinto minha alma escurecer junto com ele. Sem sol, sem nuvens, sem, mais tarde, lua ou estrelas, me condeno, me escondo, me isolo. Cubro meu rosto de vergonhas implícitas em meus atuais atos. O que sobrou de mim agora? Sou só o que me sobrou ser.  

Entre Paredes - Por Victor Murad Barroso

Ver as estrelas, rasgar as velas e quebrar os remos, calar a fera da nova era, falar que não foi mera a coincidência, de que estamos fundo demais pra captar alguma freqüência, reconquistar o brilho dos olhos, comer o fruto proibido, dançar na noite, perdido, com você, ou apenas comigo, que me faça asas pra poder voar, que me dê mãos pra poder tocar, que me faça olhos pra lhe enxergar... Falta um toque mágico que não vem da varinha de condão, vem dos belos abraços e sorrisos que se faz presente até mesmo na solidão. Dar as mãos, sentar na grama, pois a lua cheia me chama e incendeia a chama de meu olhar, saciando as vontades que as vezes vem a tardar, ou nunca dar sequer sinal, mas sei que corri, se me afeta ou não, sorri, pois continuo sempre astral... Mas sempre me canso deste quarto, quero sair, inquieto, não posso desistir, sei que estou perto, certo de que posso insistir, pra no final, mais uma vez sorrir, mesmo ao chão, são ou não. correndo sem direção, mesmo sem pernas,

A Escuridão, a Vela e a Brisa

por Alan Geraldo Myleo e Letícia Hira A ignorância é como a escuridão. Amedronta, esconde mazelas terríveis que podem até mesmo matar. Matar com palavras. Palavras que ferem e matam a alma e o orgulho. Ela nos cerca. Infinita, nos condena à solidão. A sabedoria e a razão são como a vela. Um único ponto de luz sobrepondo a penumbra, o medo e a dúvida. Ela conforta e protege. Causa o pressentimento que todo e qualquer problema pode ser resolvido. A brisa é como a carícia da pessoa amada. Quando ela toca nosso rosto nos sentimos nas nuvens. Esquecemos de tudo. Somos envolvidos pela paz como a lagarta por seu casulo. E nos sentimos em uma metamorfose. Como se nosso corpo material, pesado, contaminado, pouco a pouco também se transformasse em brisa. Em algo imaterial, que muitos chamam de alma ou espírito. A brisa até mesmo apaga a vela. Com tanta facilidade que nem mesmo percebemos. Pois seu efeito é tão sutil e poderoso que, naquele momento qualquer tipo de razão, ou sabed

Jovem

Frutos do nosso tempo No passado, presente... qualquer tempo. Burros, talvez. Quem não foi uma vez? Adolescentes... somos agora Como muitos pelo mundo afora Já foram outrora Não queremos ser aceitos Pois nunca fomos excluídos Sou parte de um todo Pelos menos dos todos que escolho.  

Somos Máquinas

Somos máquinas orgânicas em uma grande colônia. Somos caçadores de felicidade. Caçadores de comidas saborosas, de sexo com pessoas sexys. Somos caçadores de amor verdadeiro. Somos viventes prepotentes. Pensando sermos com certeza a maior criação da natureza. Somos fracos, de espírito opaco. Não sabemos enxergar a verdadeira beleza. Não buscamos verdadeiras proezas. Somos satélites num espaço de símbolos, signos, cores, odores e sabores. Somos cegos, surdos e mudos perante o que é simples e real. Caçamos, incansavelmente, tudo aquilo que não passa de ideal.