Sou aquele que atira e acerta Que não precisa de outra flecha. Sou aquele enfeitiçado De chá de ervas Encantado pelo mistério Pelo saber da floresta Pelo corpo, sangue e suor Do senhor dono do segredo das folhas. Sou o irmão do Oní Carrego flecha e faca Abro trilhas que um dia serão estradas Caço, mato e não como. Pois primeiro quem come é meu povo Pois fome nunca hão de passar Nem o velho e nem o novo Sou o piado do gavião A revoada de bicho no alto da serra O bote da cobra As unhas da onça Sou a certeza do tiro certo e certeiro Sou a fartura de comida na mesa Sou o caçador que a tudo espreita E quase não sabe esperar Que nunca está satisfeito Sou a curiosidade e a teimosia De quem nunca se sacia De uma sede de saber E de fazer tudo que der Como se o mundo fosse meu querer. Sou pedra viva Otá de cachoeira Sou o sangue que corre na terra A carne que enche a panela E garante que toda gente Essa noite vai ter o que comer. # versosparaosorixás
A meta da humanidade é ser humana