Essa necessidade de agradar, de ser lembrado, de parecer
bonito e inteligente. De parecer importante, de parecer uma pessoa inspiradora
que as outras pessoas admiram. De ser
popular, ter seguidores e centenas de curtidas. De parecer uma pessoa boa, sem
preconceitos e honesta. De ser aceito pelas outras pessoas, de se enquadrar em
alguma tribo, algum estilo ou grupo. Essa necessidade imensa de viver segundo
aquilo que dizem ser certo ou errado, feio ou belo. Essa necessidade de parecer
uma pessoa feliz e bem sucedida aos olhos dos outros... Sabe essa
necessidade?... Ela consome toda nossa liberdade. Aprisiona-nos em nossa própria
vaidade. Essa necessidade ofusca nossa visão e percepção das coisas simples da
vida e do mundo. Das coisas simples que podem nos fazer sentir felicidade com
muito mais freqüência. Essa necessidade limita nossa capacidade de perceber a
si mesmo. Limita nossa capacidade se conexão com as coisas vivas, com a
natureza. Tudo isso. Toda essa necessidade de viver pelo olhar do outro,
atrapalha e complica a tão simples tarefa de simplesmente viver.
Hoje é o dia do registro do meu vô. Zé Nogueira. Puxador de enxada. Agricultor raiz. Aquele que planta, rega, aduba, colhe, carrega no carrinho de mão. Nunca gostou de explorar nem criação, como cavalo, mula e burro e boi. Aquele que pega, carrega e vende no carrinho de mão. Com as próprias mãos. Anos e anos batendo perna na cidade inteira, vendendo e vendendo, à vista e fiado, mas cobrando com classe e gentileza: leva esse e fica devendo 2, dona Maria. Zé Nogueira. A pouca memória que tenho como neto dos do meio, é tanta que não cabe aqui. Mas só sei que é boa. Memória boa. De um neto que herdou coisa boa. Bença vô!
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