Aquele sorriso final, na última fatídica cena de uma sequência de rituais, foi talvez a tradução da sensação de ruptura e libertação de toda a moralidade. Toda a ritualística, as simbologias, a luz, o branco, as histórias desenhadas quase dando spoilers da narrativa. Midsommar mexe com nossos valores sobre a morte, o sentidos e os ciclos da vida, a importância dos rituais cotidianos coletivos. Os rituais de morte nórdicos, com a pitada de terror ficcional em que algumas pessoas são sacrificadas involuntariamente, nos confunde. Nos faz enxergar alguma sentido cósmico, ancestral, identitário naquilo tudo. A garota traumatizada que perdeu sua família toda pro suicídio, que vivia um relacionamento deprimente é "aleatoriamente" feita rainha de uma comunidade. A cena de seu namorado no ritual com as mulheres a enoja, mas então, o grande sacrifício do urso a liberta. E aquele sorriso de fim de filme nos tira o medo e nos faz pensar na moralidade da morte.
A meta da humanidade é ser humana