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Sobre Midsommar

Aquele sorriso final, na última fatídica cena de uma sequência de rituais, foi talvez a tradução da sensação de ruptura e libertação de toda a moralidade. Toda a ritualística, as simbologias, a luz, o branco, as histórias desenhadas quase dando spoilers da narrativa. Midsommar mexe com nossos valores sobre a morte, o sentidos e os ciclos da vida, a importância dos rituais cotidianos coletivos. Os rituais de morte nórdicos, com a pitada de terror ficcional em que algumas pessoas são sacrificadas involuntariamente, nos confunde. Nos faz enxergar alguma sentido cósmico, ancestral, identitário naquilo tudo. A garota traumatizada que perdeu sua família toda pro suicídio, que vivia um relacionamento deprimente é "aleatoriamente" feita rainha de uma comunidade. A cena de seu namorado no ritual com as mulheres a enoja, mas então, o grande sacrifício do urso a liberta. E aquele sorriso de fim de filme nos tira o medo e nos faz pensar na moralidade da morte.

Obedecer é fácil. Difícil é escolher e depois assumir a responsabilidade das escolhas.

  Pessoas com pouca ou nenhuma inteligência tendem a ser fascistas, mesmo quando parecem boas pessoas. Por que seguir o fluxo é mais fácil. Quando um líder defende seus interesses pessoais e sua zona de conforto moral é muito fácil obedecer esse líder. No fascismo é assim pois o fascismo está associado ao militarismo, e na cultura militar em todos os tempos os militares obedecem as ordens e ponto. Se o líder for eficiente a operação sempre tem sucesso. Se der errado o líder é o responsável. Pode ser facilmente trocado. Os soldados que executam a operação apenas executam, sem questionar. E questionar é crime, dentro da hierarquia militar. Na democracia todo mundo escolhe (ou pensa que escolhe). E quando a gente escolhe temos que assumir responsabilidade sobre as consequências. E se tudo der errado, eu tenho parte no erro. Decidir em grupo, decidir coletivamente é compartilhar responsabilidade. E também compartilhar direitos e interesses. Pessoas que não sabem escolher, que não entendem

Falar sobre deus, religião e fé é necessário

  Um fenômeno muito peculiar ocorre no Brasil. Uma acelerada escalada de um fascismo neopentecostal nos poderes politicos e jurídicos. Religião e política se misturando na sua forma mais tóxica possível. E a vitória de Lula pode até desacelerar, mas não vai parar. E não há melhor tratamento para tal fenômeno do que o pensamento e o conhecimento. Falar sobre deus, religião e fé é necessário, mesmo pra quem não tem. As discussões e concepções acerca de DEUS deveriam evoluir de um mero ponto de vista no qual DEUS é imagem e semelhança do homem, e atua com consciência sobre o mundo e sobre as pessoas, para outras formas de perceber isso. Por exemplo, muitas culturas religiosas consideram DEUS uma força cósmica que não necessariamente tem consciência, vontade. Deus é a própria essência do universo. É o próprio universo. E no universo não existe bem e mal. Existem forças opostas, que podem estar em equilíbrio ou não. E quem estabelece esse equilíbrio são as próprias forças e não Deus. DE

Sobre sacrifício

Com respeito e com a mente aberta ao diálogo e ao novo sempre dá pra expandir nossas próprias convicções e nos libertar de nossos próprios preconceitos. O sacrifício está em todas as metáforas de todas as religiões. Antigamente, de forma literal, muitos povos sacrificavam animais e escravos. E existiam os sacrifícios voluntários também. Pessoas se davam em sacrifício (Não é tão absurdo se pensarmos no jihadistas). Há evidências disso. Mais tarde muitas metáforas da cultura humana tratou do sacrifício. Aquele ato onde vc abre mão de algo valioso (filho, mãe, inocentes) por algo que VOCÊ acredita ser maior (religião, política, líderes, uma causa pro bem maior). Abraão quase matou o próprio filho. É a origem do Judaísmo. Deus deixou que matassem seu filho. É a origem do cristianismo. Na bíblia o que mais há é história de sacrifícios, pessoas boas sofrendo e aceitando como redenção ou castigo. O budismo sacrifica a vontade (conheço pouco), mas sei que o constante desapego e eterno desape

Cultura de massa é lixo? É anticultura?

O problema da cultura de massa não é o funk, pagode, sertenejo, brega.... o problema é a ostentação. CULTURA da ostentação. A caldo tóxico da CULTURA DA OSTENTAÇÃO corrói tudo. As infâncias, os corpos, a auto estima, a saúde mental e física. É estímulo desvairado pelo consumo de álcool com a finalidade de conseguir transar com alguém, como se a razão de toda existência fosse sempre, no fim, transar com alguém. Alguém de corpo escultural, claro. Corpos não esculturais não transam, de acordo com a cultura da ostentação.

Saúde? falta.

  O Brasil é o país de muitas aberrações éticas. E uma das piores se dá no sistema de saúde. Os médicos não avaliam, não conversam, não perguntam sobre histórico e hábitos de vida, e alimentação, rotina, como é o ambiente de trabalho, como é o lar, se a casa tem mofo, se tem animal, nada. Nada. Talvez aqueles médicos Premiuns que atendem a elite da elite? Talvez. Não sei. Tô longe de saber. Nossos médicos pergutam: e aí? O que acontece? Enquanto a gente tenta explicar com detalhes, eles estão de olhos baixos rabiscando pedidos de exames, receitas de antibióticos e analgésicos e anti-inflamatórios, e mais exames. Sabendo que vc não vai ter tempo nem grana, nem disposição de fazer tantos exames, e que o convênio pra quem ele trabalha com tanta má vontade também dificulta bastante o acesso aos exames e retornos e tratamentos contínuos. Eles não se interessam, via de regra, pela sua recuperação, ou melhora real. Dependendo eles nem levam a sério o que te preocupa e te incomoda. Quando conv

Parente não é família.

E pra ser família não precisa ser parente. O conceito de família é mais coerente quando tem como critérios o amor, o acolhimento, o cuidado, a proteção. Ser do mesmo sangue não é ser família, é ser só parente mesmo. E se não há afeto, nem espontâneo e nem pela conexão biológica, então não significa nada.