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Um Tal João e Tantas Marias - Memórias

Tal só no dizer. Pois homem esse, por hombridade é muito mais do que tal. João. Filho de outro João que também era Coelho. Foi na beira do ano 2000. Passagem essa das mais vivas em memória minha. Conheci João por finalidade de cavalgada. Eu, menino novo, nomeado Delonge, não tinha animal de montaria em ocasião Mas paixão de montar não faltava em sangue herdado de gente caipira. Esse João, homem de tropa, Me valeu de empréstimo e confiança numa campeada longa A égua pequena, de idade adiantada e cor rosilha, bem mansa e andadeira A eguinha Luluzinha. Mas logo confiança maior João determinou, E burro Romário me confiou. Foi esse dia que de João destino me fez companhia. Não sei se por meu jeito de coragem Ou um apresentar tímido de ter com rédea habilidade Que João me deu o que de mais valia Se dá pra menino novo querendo crescer. Confiança e valor na coragem. Valor de virtude que se fez aliança de ouro em nossa amizade. João, valente que n

Perdoar ou Esquecer

Erro é do humano. E humano se faz por demais na execução de errar. Erra de deslecho, de excesso e de capricho. Erra por bem e mal querer. Eu mesmo sou errador de constância no sem querer. Mas erro dos mais doidos é o erro de injustiça cometida ou vitimada. Há  dor de proporção e freqüência desigual e acentuada se vitimar de erro dos outros. Mais ainda quando é erro de intenção, vontade e querer. Sofrer vitimação de injustiça chateia, enraiva e aperreia. Mas não é modo de resolução, nem alívio de alma e coração executar vingança e devolver com moeda mesma que só compra sofrer. Esse engano de fazer repetência e insistência só no errado e no sofrer há de lhe afogar e perecer. Em ocasião de mal querer e mal agir em vício humano, de vítima ou algoz, remédio de maior valia que consola e abranda alma e coração é o perdoar ou esquecer. Dos dois, esquecer é de menos nobreza, pois memória de gente dá de teimosia , de não desfazer das lembranças as que mais causou sofrer.

Sentido das Coisas

Buscar o sentido das coisas pode parecer dos atos o mais racional e sensato.  Mas é, de verdade mesmo, grande fazer de enganação. A pois, sentido de tudo há por si só. Na mente de buscar com pensamento o que apenas é de se sentir, a gente acaba por dar fim no sentido de tudo por tanto forçar pensar. Pois sentido das coisas foi feito só pra sentir. Se não fosse não se chamava sentido. E sim “pensado”. E pra sentir não carece de pensar.  Carece é de perto, junto e dentro estar.  

Qualidades de Orixá

O culto aos Orixás no Brasil se estruturou a partir da formação de um Xirê composto para alcançar a diversidade do culto em África. Muitas pessoas de variados reinos iorubas vieram para cá, trazendo  consigo seu culto ancestral. Esse Xirê cumpre então a função de integrar em um único culto diferentes Orixás, cultuados de maneiras diferentes. Porém a diversidade de Orixás, na realidade é bem maior do que, os 16 Orixás que compõem o Xirê. E é daí que nasce a ideia de qualidade de Orixá. Existem diferentes critérios para atribuir qualidades aos Orixás. Citarei aqui três exemplos. Ogum, Odé e Xangô. Ogum, enquanto ancestral, foi um general de Guerra e rei de Irê. Conquistou muitos outros reinos ao longo de sua vida. Cada fase de sua existência foi marcada por conquistas, eventos e situações singulares que o caracterizaram e expandiram seu culto para diferentes e regiões. Desse modo cada qualidade de Ogum representa uma passagem de sua vida em que ele conquistou e viveu em de

Se expressar e se distorcer (auto crítica compartilhada)

Até que ponto pensamos na imagem que queremos passar e na que realmente passamos de nós mesmos nas redes sociais? Em todo tipo de comunicação há uma perigosa distância entre o que se fala e o que se mostra e da maneira como os outros veem, ouvem e interpretam. E essas redes sociais potencializaram nossa auto expressão e exposição demasiadamente. Antes, me lembro eu, quando adolescente vivia quase sempre só, com meu violão, minha flauta, um caderninho, as vezes um livro (gostava mais de pensar e contemplar do que de ler). Pensava, escrevia, refletia, crescia, “viajava”... Comigo mesmo. No interior de minas, quase sempre no mato, na roça, andando a cavalo, a pé ou de bicicleta. Não tenho quase nenhum registro fotográfico desses momentos. Não sentia a menor necessidade de expor para as pessoas o que fazia, o que eu pensava (as redes sociais não existiam, pelo menos no meu mundo). E isso, de certa, forma me dava liberdade. Liberdade em relação a mim mesmo. Não existia a menor possibil

Ser de Esquerda - Por Alan Geraldo Myleô

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