Até que ponto pensamos na imagem que queremos passar e na que realmente passamos de nós mesmos nas redes sociais? Em todo tipo de comunicação há uma perigosa distância entre o que se fala e o que se mostra e da maneira como os outros veem, ouvem e interpretam. E essas redes sociais potencializaram nossa auto expressão e exposição demasiadamente. Antes, me lembro eu, quando adolescente vivia quase sempre só, com meu violão, minha flauta, um caderninho, as vezes um livro (gostava mais de pensar e contemplar do que de ler). Pensava, escrevia, refletia, crescia, “viajava”... Comigo mesmo. No interior de minas, quase sempre no mato, na roça, andando a cavalo, a pé ou de bicicleta. Não tenho quase nenhum registro fotográfico desses momentos. Não sentia a menor necessidade de expor para as pessoas o que fazia, o que eu pensava (as redes sociais não existiam, pelo menos no meu mundo). E isso, de certa, forma me dava liberdade. Liberdade em relação a mim mesmo. Não existia a menor possibil...