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Mostrando postagens de novembro, 2013

Mateologia - Por Fernanda Mota

A vida é efêmera, esquecemo-nos disso constantemente. Passamos os dias a buscar uma razão para vivê-la, ou uma maneira de fugir da realidade incoveniente que é viver. Alguns passam o dia sem pensar, apenas tentando preencher vazios que muitas vezes nem sequer notam que existem . Raros são os satisfeitos e a esses me pergunto se são assim por ignorância. Viver não é fácil, exige lutas eternas e diárias é sofrer o seu quinhão mas causar e comprar também o sofrimento de muitos,  é se frustrar, se desesperar, se entristecer e perder. A vida é como já dizia João Cabral de Melo Neto, severina. Então por que levantar todos os dias da cama para estudar, trabalhar, chorar, se alegrar e morrer mais a cada dia? 

Metanoia - Por Bruna Resende

Sempre sonhamos com coisas grandes e esquecemos das pequenezas cotidianas, essas sim são grandiosas por natureza. O maior legado que a gente pode deixar são as pessoas com quem nos relacionamos ao longo de nossas jornadas; as maiores coisas, os maiores sonhos e os maiores milagres residem nas mais simples ações. Daqui pra frente é tudo muito incerto, a certeza de acordar todas as manhãs e ver os mesmos rostos darão espaço à aflição de enfrentar uma nova realidade, mas, com o tempo, esse "novo e assustador" lugar se tornará comum, um novo lar. E é assim que a vida segue, mutante e inconstante, teremos sempre medo, mas um dia, como qualquer ser vivo, a gente se acostuma.

A Flor Branca Rosa

A delicadeza de suas pétalas Apazígua minha ansiedade Descansa meus olhos. Guarda em mistério profundo Tão doce e suave Quanto seu próprio perfume. Acumula virtudes tantas Não duvido eu Que até mesmo Deus Reserva-lhe suspiros e lembranças. Sua essência é tão pura Vai além da imagem, do doce odor e da formosura. Seu desabrochar é como ópera É lindo, tocante, sentimental. No fim murcha. Acaba-se em tragédia Causando em mim indescritível cólera. Vejo-a tão distante entre seus espinhos Suspensa por galhos fiéis como valetes. Contemplo-a numa admiração platônica A cada brisa, um movimento, e meu olhar, atônito. Suas pétalas são como face de donzela Suavemente rosadas. Se abrindo em sorriso tão meigo Que qualquer amante, mesmo em seu leito, De morte ou moléstia, em paz viveria. Aquela flor rosa branca Muito além de meu alcance É ser abrilhantado Por si mesmo encantado. À mim simples mortal Só resta olhar, sentir,

No Dia de Consciência, Eu Vi

Aquele dia era um belo dia. Um dia de cores. De sol. De sabores, saberes, odores. Teve chuva também. Foi no Vale do Anhangabaú. 20 de Novembro de 2013. Quarta feira de primavera/verão. Tinha comigo duas crianças pretas. Eu? Sou branco. Branco preto. As crianças eram pretas. Pretas pretas. Por algum motivo, muitas pessoas, pretas e brancas, pretas brancas, pretas pretas, brancas brancas, viram em nós algum tipo de atração, curiosidade... sei lá. Vinham tirar fotos. Do branco com os pretinhos. E me perguntavam: são seus? E eu respondia: sim são. Abria-se um sorriso e uma interrogação. Mas seus mesmo? Sim. Meus meus. Como? Não importa como. São meus. Só isso. Nunca imaginei que um branco com crianças pretas chamaria tanto a atenção no meio do dia de consciência. Será minha consciência? Naquele dia vi muitas cores. Muitos tons. Cabelos de todas as formas e densidades. Com acessórios e sem. Com panos e sem. Com dreds e sem. Lenços e chapeis, tranças e mais tranças. Que lindos cabelo

Cores Por Cores

Minhas cores são sobrepostas como meus pés em meus sapatos. São como células de vida. Em minha cabeça pinceladas. A cada ponto, um pensamento. Em cada cor um sentimento. Ou nada. Suave movimento. As cores de som, cores de tom, de luz, de sombra. De sobra de sono. Gole de vinho. Nostalgia. Insônia. Tudo são cores. Sons. Palavras. Sem som.