Minhas cores são sobrepostas como meus pés em meus sapatos.
São como células de vida. Em minha cabeça pinceladas. A cada ponto, um
pensamento. Em cada cor um sentimento. Ou nada. Suave movimento. As cores de
som, cores de tom, de luz, de sombra. De sobra de sono. Gole de vinho.
Nostalgia. Insônia. Tudo são cores. Sons. Palavras. Sem som.
Hoje é o dia do registro do meu vô. Zé Nogueira. Puxador de enxada. Agricultor raiz. Aquele que planta, rega, aduba, colhe, carrega no carrinho de mão. Nunca gostou de explorar nem criação, como cavalo, mula e burro e boi. Aquele que pega, carrega e vende no carrinho de mão. Com as próprias mãos. Anos e anos batendo perna na cidade inteira, vendendo e vendendo, à vista e fiado, mas cobrando com classe e gentileza: leva esse e fica devendo 2, dona Maria. Zé Nogueira. A pouca memória que tenho como neto dos do meio, é tanta que não cabe aqui. Mas só sei que é boa. Memória boa. De um neto que herdou coisa boa. Bença vô!
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