Sempre sonhamos com coisas grandes e esquecemos das
pequenezas cotidianas, essas sim são grandiosas por natureza. O maior
legado que a gente pode deixar são as pessoas com quem nos relacionamos ao
longo de nossas jornadas; as maiores coisas, os maiores sonhos e os maiores
milagres residem nas mais simples ações. Daqui pra frente é tudo muito incerto,
a certeza de acordar todas as manhãs e ver os mesmos rostos darão espaço à
aflição de enfrentar uma nova realidade, mas, com o tempo, esse "novo e
assustador" lugar se tornará comum, um novo lar. E é assim que a vida
segue, mutante e inconstante, teremos sempre medo, mas um dia, como qualquer
ser vivo, a gente se acostuma.
Hoje é o dia do registro do meu vô. Zé Nogueira. Puxador de enxada. Agricultor raiz. Aquele que planta, rega, aduba, colhe, carrega no carrinho de mão. Nunca gostou de explorar nem criação, como cavalo, mula e burro e boi. Aquele que pega, carrega e vende no carrinho de mão. Com as próprias mãos. Anos e anos batendo perna na cidade inteira, vendendo e vendendo, à vista e fiado, mas cobrando com classe e gentileza: leva esse e fica devendo 2, dona Maria. Zé Nogueira. A pouca memória que tenho como neto dos do meio, é tanta que não cabe aqui. Mas só sei que é boa. Memória boa. De um neto que herdou coisa boa. Bença vô!
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