É comum argumentos rasos que comparam nazismo e comunismo com números de mortos. Quando pessoas com simpatia ao nazismo, ou antipatia ao comunismo, ou as duas coisas, não sabem falar sobre comunismo, elas costumam afirmar que na China de Mao Tsé Tung e na União Soviética morreram muito mais pessoas que no nazismo.
Esse é um raciocínio leviano, ou seja, raso. Pq?
Vamos comparar a quantidade de africanos e indígenas que morreram (e morrem) e foram escravizados ( e são) por 5 séculos. Daí a gente compara o catolicismo e o protestantismo com base em quantas pessoas ambos mataram? Daí a gente tem o valor de uma e de outra religião. Afinal o número de mortos que aquela fé/ideologia causou define o valor de ambas, uma melhor outra pior.
É basicamente a mesma coisa. Vamos julgar os católicos pelo que fizeram com indígenas como julgamos nazistas pelo que fizeram com judeus? Faz sentido o raciocínio?
Comparar nazismo e comunismo é comparar ideologias e motivações para ações de pessoas.
Comparar o número de mortes em regimes totalitários com base em registros oficiais do Estado, que envolvem tempo, geografia, população, cultura, etc., e a partir daí comparar a ideologia por traz das ações deste Estado é leviano. É coisa de quem estuda pouco ou nada.
Comparar nazismo e comunismo com base em número de pessoas mortas durante seus regimes de Estado é preciso considerar a motivação por trás do Estado. As justificativas e objetivos daqueles que dão as ordens nesse Estado.
Não há na causa do catolicismo, nem do protestantismo, o extermínio é escravização de outras raças. Mesmo que políticos, filósofos e padres e pastores sempre tenham participado disso, mas nem todos.
Não há na causa comunista, ditaduras, prisões e tortura política, perseguição de familiares. Mas Estados comunistas praticaram e praticam isso. Assim como cristãos escravizam, exploram e matam outras pessoas em nome de uma ideologia que não defende aquilo que eles fazem.
O Nazismo defende o extermínio, a escravização e a tortura como ação do Estado com justificativas científicas, culturais e religiosas.
É disso que se trata.
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