As Marias Eduardas, tão inteligentes. Uma desenvoltura e
maturidade para além da idade. Ah... mas que pena, são pobres da zona L., ou de
qualquer zona de trabalhadores negros, nordestinos, imigrantes pobres e brancos
também, em menor número. Elas, assim como os Pedros, os Gabriéis, Os Joãos, as
Fernandas e Lauras. Escrevem muito bem. Dançam no grupo de balé. Fazem
campeonatos de futebol. Desenham. Escrevem. Raciocinam. Brincam. São crianças
com futuro acadêmico, cidadão, humano brilhante. Mas são pobres. São crianças
que só farão uma universidade se houver universidade pública. Ou bolsas, ou
cotas, ou qualquer coisa que possa diminuir a distância provocada pelo
dinheiro. Pelo poder de consumo e renda.
Mas tudo isso está por fio.
Me perdoem meus queridos alunos e queridas alunas, não
consegui convencer pessoas o suficiente para se preocuparem com o futuro de vocês.
Espero que logo entendam como é perigoso a mistura de religião
e poder. Como é poderosa a mídia. E como é valioso o voto. Ainda mais peço que
entendam, vivam e sintam, como é importante o outro, ainda mais o diferente.
Esse sim é valioso.
E que igualdade entre as pessoas é muito simples. É apenas
entender que todo mundo que é gente tem que ter nem que seja onde morar, o que
comer, pra quem amar e sorrir, onde viver e onde morrer.
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