A contemporaneidade absorve-me
Assim como faz-me absorver coisas estranhas.
Essas coisas não se resumem em abstrato ou concreto
Vão além da fome, da sede, da carência de afeto.
Confunde-me, divide-me entre perdição e libertação.
Enche meus ouvidos, pulmões, nariz e coração.
Enche-me de impurezas
De efeitos colaterais, laterais, horizontais e verticais.
Expressivos e opressivos.
Degusto a angústia que corrói-me a mesma parte a cada dia.
Num suplício de prometeu acorrentado à rocha
Prometo dia-a-dia, suportar a cada dia
Minha insana mente reflexiva.
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