Protesto contra meu
sono com a cara em frente ao espelho num golpe de água fria, um suspiro
profundo...
Mais um dia.
Mais um dia.
Protesto contra minha gula, em frente ao balcão, perante uma fritura. E, de quando em vez, uma vitória, um gole de água pura.
Seguindo o tempo do sol, do relógio e do mundo, protesto contra meu patrão. Digo sim senhor. Em mim mesmo penso... NÃO.
Sigo em protesto. Protesto contra a adolescência. Digo chega. Agora não. Preguiça, sono, desdém. Em voz de trovão, por vezes, me torno um transtorno.
Protesto contra a ignorância. Jogo pedras na intolerância. Lanço ódio ao preconceito. Atiro flechas de reflexão em arco de informação, envenenadas de conhecimento que saem do coração.
Protesto em lousa escura, com o branco de meu giz. Entôo em palavra rouca tudo aquilo que me condiz.
Protesto contra a insensibilidade. Contra tudo que se afirma como verdade. Plenamente consciente de toda sua eterna nua, crua, implacável impossibilidade.
Protesto contra o sistema. Contra aquilo que persiste e teima, a manter na obscuridade a ausência de humanidade. Jogo palavras ao vento, carregadas de rebeldia, humanidade e anarquia. Palavras demolidoras.
Contestadoras. Guerrilheiras. Como peixe em cachoeira. Como ave em tempestade. Como o velho e a idade.
Protesto em mim mesmo. Contra o que penso que sou. Em busca do que não sou.
Protesto contra meu
jeito. Meu ser. Contra meu peito. Protesto contra minha mente. Com a força do
coração.
PROTESTO.
Em vários pontos eu me vi protestando também Professor rs'
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