O que seria eu
Nesse mundo cão
Sem os caminhos de
Exú
Sem o dom da
comunicação.
O que seria eu
Nesse mundo de
empecilhos,
Sem a força de Ogum
Sem sua obstinação.
O que seria eu
Nesse mundo sem fé
Sem a astúcia, a
esperteza e a certeza
Do grande caçador,
meu pai Odé.
O que seria eu
Nesse mundo de medo
Sem Ossãe. Sem seus
mistérios,
Suas folhas, seu
segredo.
O que seria eu
O que poderia fazer
Sem saúde, sem
bondade.
Sem o pai Obaluayê.
O que seria eu
Nesse universo em
transição
Sem Bessen, Oxumarê.
Sem o dom da
transformação.
O que seria eu nessa
terra de malícia
De egoísmo e tentação
Sem Nanã, a grande
Mãe
E seu dom da
compreensão.
O que seria eu
Nesse mundo sem
devoção
Sem Obá, mulher
guerreira
Sem seu dom da
dedicação.
O que seria eu
Nesse mundo cego de
ilusão
Sem Ewá, senhora da
visão.
O que seria de mim
Sem amor e vaidade
Sem perceber o que há
de bom
Em mim mesmo. De
verdade.
O que seria eu
Nesse tempo de agonia
Sem Logum Edé, o
grande príncipe
Sem sua infinita
alegria.
O que seria de mim
Nesse mundo de rancor
De injustiça e dor
Sem o machado
infalível
Da justiça de Xangô.
O que seria eu
Em meio à tanta
solidão
Sem a força do ori
Sem família, sem um
lar
Sem minha mãe
Yemanjá.
O que seria eu
E daqueles que Olodumáre
me deu
Sem o Atori da
proteção
Do protetor Oxaguiã.
Pra merecer tudo isso
me empenho
Sendo forte, justo e
bom
Lutando pela paz e
bem estar
De coração limpo e
mente sã
Ogum Bocy Fuó
Oxalufã.
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