Pular para o conteúdo principal

Povo peregrino: Trajetória Histórica dos Judeus - Amanda dos Anjos




Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para aprovação no componente curricular do Curso Técnico em Administração de Empresas do Colégio Active, sob orientação do Professor Alan Carvalho.
amanda.dos.anjos29@gmail.com
Resumo: O presente artigo tem como objetivo expor o movimento migratório judaico desde o princípio de sua história, traçando um paralelo histórico entre o continente europeu e o Novo Mundo até a criação do Estado de Israel em 1948.
Palavras-chave: judeus; Brasil; Portugal; perseguições; intolerância.
Abstract: This article aims to expose the Jewish migratory movement from the beginning of its history, tracing a historical parallel between mainland Europe and the New World until the creation of Israel in 1948.
Keywords: Jews, Brazil, Portugal; persecutions; intolerance.
Introdução
O presente artigo tem como principal objetivo expor a história das migrações judaicas, no que diz respeito as suas causas, consequências e modificações no território através de estatísticas e historiografias. 
Os hebreus estiveram dispersos por muitos territórios desde o início de sua história. Isso pode ser observado nas diversas narrativas que constroem a Torá ou Pentateuco, que equivale aos cinco primeiros livros da Bíblia Ocidental. Desde sempre, os judeus queriam construir um estado que estivesse sob seu domínio e que passaria de geração para geração.
No ano 70 d.C., o território da atual Palestina estava sob o domínio romano, e novamente os judeus se espalharam pelo mundo, desta vez para o Norte da África e posteriormente para a Península Ibérica. Com as crescentes perseguições, os judeus europeus são banidos. Durante as Grandes Navegações, muitos judeus chegaram aos territórios “recém-descobertos” como presos políticos ou sob a condição de fugitivos.
Em sua estadia no Brasil, prosperam economicamente e o período que compreendeu as Invasões Holandesas, corresponde ao momento de melhor situação dos judeus no Brasil.
Com a Segunda Guerra Mundial, os judeus são mais uma vez vítimas de perseguição, no entanto, de uma maneira mais grave. A cada dia, o nazismo ganhava força e novos adeptos. Em pouco tempo, os judeus eram colocados em campos de concentração e executados. Os que conseguiam fugir estavam em busca de um lugar onde não fossem perseguidos e onde pudessem ter um pouco de paz.
Diante disso, os judeus vêm em massa para o Brasil, ocupando os territórios de São Paulo e Rio de Janeiro. Com o tempo, estabelecem-se enquanto comunidade e depois passam a auxiliar os refugiados da guerra.
No ano de 1948, é criado o Estado de Israel. A partir daí, a comunidade judaica no Brasil reduz consideravelmente.

  
Movimento migratório judaico
 “No princípio criou Deus o céus e terra” (Gênesis, 1:1). Os israelitas foram um dos primeiros povos a dominar a escrita, por isso, deixaram registrada cada passagem de suas histórias, suas leis, seus costumes e sua cultura. Não se sabe ao certo como começou a historia dos judeus, mas é assim que eles acreditam ter sido:
“Um homem inspirado chamado Abraão, habitante da Alta Mesopotâmia, recebeu de Deus a ordem de abandonar sua cidade natal e estabelecer-se num país que lhe seria designado, fundando ali um povo que seria cumulado de favores e objeto de especial predileção. Abraão estabeleceu-se com seus rebanhos no país de Canaã. Seu poder patriarcal passou a seu filho Isaac e depois deste para Jacó que depois o passou para seus doze filhos. Um destes, chamado José, vendido como escravo ao Faraó, rei do Egito, soube captar tal prestígio e autoridade, que chegou a ser vice-rei do Egito. Nesta qualidade, chamou seus irmãos e lhes entregou a terra de Goshen para que a cultivassem e vivessem de seus produtos. Os israelitas tornaram-se tão numerosos e fortes, que os reis do Egito, temerosos de sua importância, os submeteram a dura escravidão, acabando por decretar a morte de todos os filhos varões que nasceram naquele povo. Porém Moisés, um desses meninos, jogado às aguas do Nilo, foi salvo pela filha do Faraó e educado na corte do rei. Mais tarde, esse menino seria o libertador daquele povo e seu legislador. Efetivamente, por decreto divino, Moisés organizou o êxodo dos israelitas, que segundo a Bíblia foi de 600.000 homens. Em busca da Terra Prometida atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho e passaram 40 anos no deserto experimentando todas as dificuldades da vida nômade. Ao pé do Monte Sinai, Moisés deu aos israelitas o Decálogo, ou seja, os dez mandamentos, supremo código moral da humanidade”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
            A literatura sempre foi importante na vida hebraica. A palavra Bíblia significa livro, e foi traduzida pelos gregos e depois pelos romanos, chegando à versão conhecida pela civilização ocidental. Para os israelitas, o mais importante são os cinco primeiros capítulos da Torá ou Pentateuco, que correspondem aos cinco livros escritos por Moisés.
Josué foi o sucessor de Moisés para conduzir o povo pelo deserto: atravessou o rio Jordão, derrotou inimigos e distribuiu as terras em doze tribos. Morto Josué, o povo precisava de uma nova liderança, e é nesse contexto que surgem os juízes, os quais deviam julgar e aplicar as leis deixadas por Moisés. Cada tribo tinha um juiz, sendo Samuel o último. À pedido popular, o profeta e juiz nomeia Saul como o primeiro rei, e com a morte deste, Davi é ungido rei em seu lugar; depois Salomão, um dos filhos de Davi, que leva o país ao auge.
            Após a morte de Salomão, o reino é dividido entre dois de seus filhos, pois se tratando de uma monarquia, o poder é hereditário, ou seja, passa de geração para geração. Isso causa fragilidade e conflito com nações vizinhas. O reino de Roboão é tomado pelos egípcios; enquanto o de Jeroboão é tomado pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor. Os israelitas são levados presos e tornam-se escravos.
 O povo hebreu sempre foi perseguido, seja por intolerância à religião ou por sua cultura de comércio, que leva à rápida acumulação de bens. A intolerância religiosa pode ser explicada da seguinte maneira: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima dos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas de baixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirá (...)” (Êxodo, 20:4-5). Os israelitas eram diferentes dos demais povos da Antiguidade nesse sentido – eles são monoteístas, isto é, acreditam em uma só divindade e não cultuam esculturas nem oferecem sacrifícios a elas, pois eram proibidos por lei, sendo permitido fazê-lo apenas para o seu Deus. Além disso, contestavam o poder dos reis, porque este era a encarnação da figura divina. Outro motivo que levou à perseguição é o fato de que são excelentes comerciantes, conseguindo prosperar em qualquer lugar, mesmo em tempos de crise econômica.
Conforme se dispersaram por diversos territórios no Oriente, os israelitas tiveram algumas divergências de pensamento, dividindo-se entre si. Surgem então os saduceus, macabeus, fariseus, cada um proveniente de uma corrente filosófica diferente, resultado de suas diásporas.
“A parte da Palestina onde o povo emigrante se estabeleceu foi chamada Judéia e seus moradores receberam o nome de judeus. Povoaram novamente as cidades e obtiveram permissão para reconstruir o Templo e as muralhas de Jerusalém. A forma de governo daquele novo Estado foi uma espécie de república teocrática. O povo vivia tranquilamente, refazendo-se do abatimento de que havia sido vítima durante os anos de cativeiro na Babilônia. No tempo dos selêucidas o povo judeu sofreu muito novamente, pois estes soberanos os sobrecarregavam de impostos e os perseguiram por sua religião”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
Durante sua estadia na Grécia, os judeus tiveram de enfrentar novas ondas de perseguições, sendo até mesmo mortos ao fio da espada, por negarem prostrar-se diante da estatua de Júpiter Olímpico. Vencido esse período, os gregos entram em decadência. Surge então um novo império dominante: Roma.
“(...) Uma espada mais pesada e mais forte que a dos gregos, a de Roma, havia chegado ao Oriente. Os judeus, com suas lutas religioso-filosóficas e com seu Deus, muito acima do Panteão Romano, molestavam os imperadores, que viam neles uma causa perene de tumultos”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
É provável que o Império Romano tenha se iniciado no ano 27 a.C., após algumas batalhas para conquistas de territórios. Aproximadamente no ano 4 a.C., um advento transforma não só a história judaica, mas também a história humana: o nascimento de Cristo. “(...) tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes (...)”. (São Mateus, 2:1). Naquele tempo, o Império Romano já dominava a Palestina, região onde estava localizada Jerusalém.
            Jesus Cristo era judeu, e devido a algumas divergências entre os israelitas já citadas anteriormente, alguns fariseus não se agradavam de suas atitudes e o acusaram de blasfemar contra as leis de Moisés. Sendo assim, Cristo é condenado e crucificado no governo de Pilatos.
             Cerca de 300 anos após a morte de Jesus, o cristianismo é adotado como religião oficial de diversos reinos europeus. O imperador Constantino coage o povo judeu a converter-se ao cristianismo para que assim continuem a viver de seu comércio. A partir daí, é empregado o termo genérico “judeu” para designar qualquer um que não fosse cristão.
            Lentamente, o Império Romano começa a entrar em crise. A Idade Média começa a dar seus primeiros passos, e agora com a maioria da população adepta ao cristianismo, a perseguição aos judeus aumenta e é apoiada pela Igreja Católica.
“os judeus não podiam ter autoridade nenhuma sobre os cristãos; eram afastados dos cargos públicos e eram privados dos direitos de cidadania quando implicava em algum cargo de autoridade, como ter escravos, servos e até criados domésticos e, além disso, os cristãos deveriam evitar qualquer tipo de contato com os judeus”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
No entanto, conseguiram sobreviver, especializando-se no comércio e na medicina. Em algumas regiões da Espanha, como Barcelona, Córdoba, Granada e Sevilha, os judeus prosperam à medida que tem liberdade para produção literária. Em outras partes da Europa, como Portugal, Itália, França e Alemanha, os judeus vivem tranquilamente até que chegue o Tribunal da Inquisição, aproximadamente em meados do século XV. A função deste tribunal era julgar e condenar quem não cumprisse as leis estabelecidas pela Igreja. Como os judeus foram responsabilizados pela morte de Cristo, automaticamente já tinham cometido um erro e mereciam ser punidos.
“De 500 a 600 mil infelizes, sem outra culpa que a de permanecer fiéis à religião e crença de seus pais, tomaram o caminho do desterro, sendo este novo êxodo acompanhado de terríveis sofrimentos e toda a sorte de privações. (...) Em Portugal, os judeus levavam, até então, uma vida relativamente calma, mas como Manuel, rei de Portugal, estava com boas relações com Fernando, o católico, do qual iria tornar-se parente, e achando que em seu caráter de monarca absoluto não ficaria mal a política absolutista de seu colega, proibiu aos fugitivos da Espanha a entrada em seu reino. Muitos judeus da Espanha, assim como de Portugal, emigraram para as Índias, ou a países mais hospitaleiros como a Itália, Turquia, Holanda, etc”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
 Com as Cruzadas, a população israelita foi duramente perseguida, pois o pretexto utilizado pelos papas da época era de que os judeus tomaram posse da terra que por direito era dos cristãos, pois ali Jesus tinha morrido. Essa cidade é Jerusalém. O verdadeiro motivo dessa expedição era conseguir mais territórios para a nobreza e o clero, uma vez que os feudos estavam escassos. As Cruzadas foram um verdadeiro fracasso tanto para a população camponesa quanto para os reis e príncipes quanto para os papas, padres, etc. A partir desse momento, a Idade Média começa a chegar ao fim.
            No entanto, em termos econômicos, nem tudo estava perdido. Enquanto os populares perdiam suas vidas batalhando por motivos vãos, o comércio entre os mercadores europeus e judeus prosperava.
            Temendo perder prestígio, os reis europeus, agora com o apoio de uma burguesia ascendente, resolve dar início à busca por novos territórios que lhes proporcionassem riquezas, especiarias e mercadorias diversas. Tem início, então, a Era das Grandes Navegações.
Os pioneiros da expansão marítima foram os portugueses e os espanhóis. Para os monarcas, essa foi uma excelente oportunidade de expulsar de seus territórios aqueles que, em suas opiniões, não faziam bem ao reino. Mais uma vez alvo de perseguições, os judeus deixaram Espanha e Portugal na tentativa de reconstruir suas vidas. Em 1494, os dois países dividem o admirável Novo Mundo em duas porções a serem exploradas. “Na América, o judaísmo começou com a chegada dos primeiros judeus da Espanha que vieram na companhia de Colombo. Desde então, foi aumentando a imigração judaica para as duas Américas (...)”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
Portugal ficou com o atual território do Brasil. “Verificou-se o descobrimento do Brasil numa época em que Portugal estava no auge da sua expansão no mundo”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap2.htm). 
            Um tempo depois de descobertas as terras brasileiras e suas riquezas, o rei de Portugal, D. Manuel, autoriza a exploração em massa – diante disso, com sede de prosperidade, muitos judeus vieram instalar-se nas novas terras, tendo contribuído desde sempre com o desenvolvimento econômico dessa nação em construção.
            Antes de a Inquisição chegar a Portugal, os judeus tinham plena liberdade. Por serem abastados economicamente, eles foram os pioneiros “portugueses” a colonizarem o território recém-descoberto do Brasil. O primeiro a chegar foi Gaspar da Gama, capturado pela nau de Vasco da Gama na Índia. Ele foi torturado e mantido em cativeiro, pois seria útil devido a seus conhecimentos, visto também que sabia falar vários idiomas, e foi o responsável por tentar o primeiro contato com os indígenas brasileiros. Após ele, chega Fernão (ou Fernando) de Noronha, que financiou as primeiras explorações na então ilha que mais tarde foi batizada com seu nome.
            No período de 1500 a 1530, a Coroa portuguesa pouco se importa com o Brasil. Os judeus já então instalados transplantam cana-de-açúcar da Ilha da Madeira e de São Tomé. Tem início uma nova fase na colonização portuguesa.
Ao ver que o Brasil pode ser uma excelente fonte de lucro, o rei de Portugal, D. João III resolve autorizar a ocupação efetiva do território.
“Assim, em 1530, mandou ele [D. João III] aprestar uma armada com 400 homens, sob o comando do seu amigo Martim Afonso de Sousa, a quem nomeou ‘Capitão-mór e Governador das Terras do Brasil’, dando-lhe autorizações especiais de muita amplitude, que abrangiam ‘o direito de tomar posse de todo o país, fazer as necessárias divisões, ocupar todos os cargos, exercer todos os poderes judiciários, civis e criminais’”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap5.htm). 

Em 1535 foi adotada a prática de deportar os criminosos de Portugal para o Brasil. Ao chegarem aqui, os judeus tiveram a oportunidade de seguirem suas vidas e praticarem sua verdadeira fé, pois alguns deles não tinham mais que fingir serem adeptos do cristianismo. Isso até a Inquisição chegar a terras brasileiras.
“Apesar da Inquisição nunca ter sido formalmente inserida no Brasil, o Santo Ofício de Lisboa chegou a conceder poderes inquisitoriais ao Bispo da Bahia na década de 1580, que enviava os acusados para serem julgados em Lisboa e alguns anos depois fez algumas visitações no território brasileiro. Com isso, a ‘gente da nação’ nunca mais pôde viver tranquilamente, ainda que fossem cristãos sinceros, pois havia muitas falsas acusações forjadas por inimigos e mesmo que fossem absolvidos, estavam marcados para o resto de suas vidas”. (____________. Judeus no Brasil Colônia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeus_no_Brasil_Col%C3%B4nia)
            A primeira visita do Tribunal do Santo Ofício aconteceu entre os anos de 1591 e 1595 na Bahia. Muitos judeus, inclusive, durante as visitações desse tribunal foram forçados à escravidão como forma de punição. Na maioria das vezes, o simples fato de ser judeu já era determinante para ser condenado. Estas eram as práticas a serem observadas para posterior denúncia:
“observância do Sábado de acordo com a tradição judaica; matança de aves e animais de acordo com a tradição judaica; não comer carne de certos animais e peixes; observância dos dias de jejum judaicos; celebração dos dias de festa judaicos; recitação de preces judaicas; recitação dos Salmos da Penitência, omitindo o ‘Gloria Patri, et Filio, et Espiritu Sancto’; o tratamento, sepultamento dos cadáveres e o luto segundo o costume judaico; colocar ferro, ou pão, ou vinho, em jarros ou cântaros na véspera de S. João e na noite do Natal, para simbolizar a crença de que nessas ocasiões a água se transformava em vinho; a bênção das crianças, de acordo com a tradição judaica; circuncidar os meninos e atribuir-lhes, em segredo, nomes judaicos; raspagem do óleo e do crisma após o batismo da criança. Também era exigida a denunciação de qualquer tentativa de converter cristãos-velhos ou novos ao judaísmo”. (____________. Judeus no Brasil Colônia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeus_no_Brasil_Col%C3%B4nia).

Mesmo com a Inquisição, que não teve tanta força no Brasil, os judeus tiveram uma vida sem muitas turbulências, sendo que:
“o período de 1530 a 1570 é talvez o único em toda a história dos primeiros quatro séculos do Brasil, do qual se pode dizer que, no seu decorrer, a evolução da vida judaica se entrosou plenamente com a do país, numa cooperação ativa, uma coexistência pacífica e uma integração harmoniosa”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap5.htm). 
Passa-se o tempo, e a colonização brasileira segue firme, rendendo altos lucros à Coroa Portuguesa. Conforme aumenta a conquista de novos territórios pelos europeus, representantes de algumas nações como Portugal, Inglaterra e Holanda resolvem criar a Companhia das Índias, que tratava-se de
“diversas companhias europeias que mantiveram o comércio e instalaram colônias nas regiões chamadas, a partir do século XVI, de Índias (terras do Novo Mundo e do sul da Ásia, do atual Paquistão à Indonésia). Eram empresas privadas constituídas com autorização do governo de Portugal, Inglaterra e Países Baixos (Holanda), principalmente. O objetivo delas era realizar negócios vantajosos para seu país”. (_________. Enciclopédia Viva. Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-6640,00.html)
            Entre as mais diversas companhias, destaca-se a Companhia das Índias Ocidentais, que
“constituída por mercadores holandeses, recebeu autorização de funcionamento em 1621, por Carta Régia do governo das Províncias Unidas. Desfrutou privilégios de comércio e colonização, durante 24 anos, na América do Norte, nas Índias Ocidentais (Antilhas) e na África. A colônia de Nova Holanda abrangia terras dos atuais estados de Nova York, Nova Jersey, Delaware e Connecticut, nos EUA. Os escritórios centrais da companhia eram em Nova Amsterdam (atual cidade de Nova York). A mesma companhia organizou a conquista do Nordeste brasileiro pelos holandeses”. (_________. Enciclopédia Viva. Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-6640,00.html)
Durante essa época, entre 1630 a 1654, ocorrem as Invasões Holandesas no Nordeste brasileiro. O principal objetivo dos holandeses, ao realizarem tal façanha, era ter o controle sobre a produção açucareira, visto que eram os principais distribuidores dessa especiaria em toda a Europa.
Nesse contexto, muitos judeus antes expulsos de Portugal e da Espanha, chegam ao Brasil, sob a perspectiva de que sua situação econômica mudaria. De fato, estavam certos, pois nunca houve tanta estabilidade para esse povo, como nessa época.
“Esses judeus vindos da Holanda – e que grande parte eram ex-refugiados de Portugal, Espanha e França – tinham a vantagem de falar vários idiomas: espanhol, francês, latim e holandês, afora o mais importante – português, que era a língua falada no Brasil; era-lhes fácil servir de intérpretes para os 7000 homens do Exército e da Marinha holandeses, constituídos de mercenários – holandeses, ingleses, franceses, alemães, polacos e outros – que não falavam português”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap7.htm). 
Com o domínio holandês, as transformações na vida dos judeus são bastante significantes. De intérpretes passam a comerciantes. Além disso, a tolerância religiosa foi um dos fatores que tornou possível ocorrer essa grande mudança. Outro motivo para o sucesso econômico é o fato de que os holandeses confiscaram os engenhos pertencentes aos portugueses, e os judeus aproveitaram a oportunidade de comprá-los a preços baixos.
“(...) certo é que, sob o domínio holandês, a população judaica cresceu desmesuradamente, concentrando-se em Recife, bastando dizer que, enquanto essa cidade, em 1630, apenas possuía 150 casas, já em 1639 ali existiam 2000. Havia judeus em tamanho número que, à primeira vista, se tinha a impressão de uma cidade puramente judaica. (...) No apogeu do desenvolvimento (...) da nova Holanda, os judeus representavam 50% de toda a população civil (...)”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap7.htm). 
Ou seja, os judeus trouxeram o progresso ao Nordeste. Dentre tantos outros motivos para essa estabilidade econômica, faltou completar que eles sempre foram um povo unido, que, mesmo enfrentando tantas perseguições, buscaram em sua cultura razões para permanecerem juntos.
“E o que se verificou, durante mais de duas décadas de domínio holandês, foi justamente – em vez de um restrito número de imigrações maciças – uma ininterrupta entrada de judeus, refrescando permanentemente o espírito de grupo dos judeus já aqui residentes”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap7.htm). 
Em um trecho do documentário “O Rochedo e a Estrela”, de Katia Mesel, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=KV0MhWI1OcIHYPERLINK "http://www.youtube.com/watch?v=KV0MhWI1OcI&feature=plcp"&HYPERLINK "http://www.youtube.com/watch?v=KV0MhWI1OcI&feature=plcp"feature=plcp, Frits Duparc, diretor do Museu Mauritshous, afirma que “A comunidade judaica nasceu em Mauriciopolis, Recife e a primeira Sinagoga no Novo Mundo foi construída durante a estadia de Maurício de Nassau, no Brasil”.
            No entanto, a decadência começa no ano de 1645, quando o conde Maurício de Nassau deixa o governo do “Brasil holandês”.
Após algum tempo, em 1654, os holandeses são expulsos do Brasil, e com eles, os judeus que aqui se instalaram. A partir daí, são obrigados a deixar mais um território, e sem rumo certo, “(...) em setembro, um grupo de 23 judeus chegou à Nova Amsterdã. Era o primeiro grupo de judeus que chegou ao Novo Mundo, na América do Norte”. (Marc Angel, Rabino da Congregação Shearit Israel em Nova Iorque).
Uma vez expulsos os holandeses, os judeus entraram em um dilema: permanecer no Brasil e sofrer com as perseguições ou, mais uma vez, continuar sua saga e procurar um novo território que lhes abrigasse.
“Uma pequena parcela resignou-se à permanência no Brasil, dispersando-se pelo seu território, enquanto o grosso optou pela emigração (...). Os que regressaram à Holanda, ali se reintegraram na comunidade israelita, sem deixarem maiores vestígios. Os outros, pulverizados entre diversas colônias francesas, inglesas e holandesas das Américas, lançaram nas novas pátrias a afirmação pujante da sua vitalidade, contribuindo eficazmente para o desenvolvimento econômico das mesmas e implantando aglomerações judaicas, uma das quais viria a ser nos tempos modernos a extraordinária comunidade israelita dos Estados Unidos.” (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap8.htm). 
Aos poucos, a vida judaica volta ao normal no Brasil, exceto por algumas perseguições. Da Independência até a Proclamação da República, os episódios de intolerância se repetem, mas não repercute nenhum caso que me mereça destaque.
            A partir da segunda metade do século XIX e começo do século XX, a situação dos começa a mudar.
            Em 1891 foi promulgada a primeira Constituição brasileira do período republicano, que entre outras coisas, promoveu uma separação entre Estado e Igreja e concedeu liberdade de culto. Como consequência, judeus de outras partes do mundo chegam aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, vindos da Europa Ocidental. Mais tarde, passam a vir dos mais diferentes lugares do mundo para todas as regiões do Brasil de modo que se dispersaram por todo o território.
“Ficou assim o Brasil, no fim do século XIX, pontilhado de núcleos judaicos multicolores”. (SEREBRENICK, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10/l10cap12.htm). 
O tempo passa, e os primeiros anos do século XX são marcados pela Primeira Guerra Mundial, que devastou toda a Europa. Enquanto isso, os judeus que lá viviam não foram afetados devido à sua prática comercial. 
            A Alemanha é o país europeu que mais sofreu com a crise pós-guerra. Vivendo em ruína econômica e vendo o sucesso dos judeus, um sentimento patriótico toma os alemães, e inspirados pela propaganda nazista de Hitler, começam fortes perseguições aos judeus. Nasce, assim, o antissemitismo na Idade Contemporânea.
“Mas o alemão carrega em si, desde séculos, ódio ao judeu. Nos tempos medievais, ele matava em nome da cruz, hoje ele extermina em nome de um mito racial. O fato é que sempre o alemão tem sede de sangue judeu e procura na história uma causa para derramá-lo. E é por isso que apesar da emancipação, ainda que o judeu alemão haja dado à sua nova pátria o melhor de si mesmo e sua maior glória com homens como Hertlz, Ehlrich, Einsten e Freud, o alemão não pode eximir-se de seu antissemitismo. A vida judaica na Alemanha (...) nunca teve o alento liberal (...); tudo o que está acontecendo desde 1933, nos países dominados pelos nazis, não é mais que uma consequência atávica do ódio (...)”. (ALGAZI, 1962. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm).
No Brasil, no denominado Estado Novo (entre 1937 e 1945, período que compreende à Segunda Guerra Mundial), o então presidente Getúlio Vargas mostra-se, ainda que implicitamente, favorável aos ideais nazi-facistas que circulavam pela Europa. Ou seja, era contrário a imigração baseado na crença de que o contato com outras culturas colocaria em risco os costumes brasileiros. Em contrapartida, nesse mesmo período observa-se que
“as comunidades judaicas de São Paulo e do Rio de Janeiro viveram uma intensa e pública vida institucional, social, cultural e econômica. Foram anos de efervescência (...) que permitiram um boom de atividades e organizações, inclusive sionistas e comunistas”. (CYTRYNOWICZ, 2002. Disponível em: www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010201882002000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt).
Ainda que houvesse essa questão da “não-imigração”, do medo de perder as raízes brasileiras, os judeus foram aceitos aqui pelo fato de uma ideologia (mesmo implícita) que pode ser considerada nazista, embora não se possa provar.
Em solo brasileiro, os judeus não sofreram nenhuma perseguição específica, visto na Alemanha ficarem em campos de concentração com o objetivo de serem executados.
“No caso da história contemporânea do Brasil, pode-se dizer que há pouca comunicação entre estas duas camadas da história, a dos judeus e a do antissemitismo, por mais paradoxal que esta afirmação possa parecer. O historiador Jeffrey Lesser mostrou que o mecanismo que permite ideologicamente ao Brasil restringir a entrada de novos imigrantes, ao mesmo tempo que não interferia na vida dos imigrantes que viviam no País. Ou seja, a ‘ameaça’ estava referida aos imigrantes potenciais, não aos membros do grupo aqui residentes. No exterior, os judeus eram considerados semitas, portanto não europeus e indesejáveis; uma vez no Brasil, eles eram brancos (não negros), portanto aceitáveis no contraste com uma sociedade cujo ideal de branqueamento era (é) central. Esta é a chave para compreender como uma política antissemita pode justapor-se à inexistência de preconceito institucionalizado dentro do País”. (CYTRYNOWICZ, 2002. Disponível em: www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010201882002000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt).
Não havia fiscalização suficiente para verificar se as leis eram cumpridas. Diante disso, os judeus perseguidos na Alemanha e em outros países onde vigoravam regimes totalitários encontraram no Brasil um porto seguro.
                Conforme a Segunda Guerra Mundial ia sendo travada e a ideologia nazista ia ganhando força, as imigrações de judeus para o Brasil crescia vertiginosamente, uma vez que aqueles que já habitavam aqui ofereciam suporte aos recém-chegados. Foi o que aconteceu em São Paulo, onde a comunidade judaica auxiliava os refugiados da guerra.
Desde os tempos mais remotos de sua história, os judeus foram um povo unido. “(...) mesmo em situações adversas e mesmo diante de restrições do Estado, os grupos organizaram diferentes respostas, que podem ser entendidas como diferentes estratégias de identidade (...)”. (CYTRYNOWICZ, 2002. Disponível em: www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010201882002000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt).
Embora as leis federais da época proibissem falar em público, ensinar ou publicar seja o que fosse numa língua estrangeira, os judeus encontraram uma maneira de “nacionalizar” suas organizações. Para isso, contrataram “brasileiros natos” a fim de que ocupassem altos cargos dentro das empresas. Com muito “jogo de cintura” conseguem estabelecer-se economicamente e começam a ganhar feições de comunidade, com uma identidade própria.
“Os judeus no Brasil afirmaram várias estratégias para enfrentar o Estado-Novo, os anos de Segunda Guerra Mundial e o clima nacionalista intimidatório e xenófobo do regime de Getúlio Vargas (...). Os anos de 1937 a 1945 foram anos de mudança e de sedimentação de identidade de uma comunidade que deixa de se considerar imigrante e ‘estrangeira’ para se afirmar judaico-brasileira com questões ideológicas e práticas distintas”. (CYTRYNOWICZ, 2002. Disponível em: www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010201882002000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt).
Com a criação do Estado de Israel, em 1948, as migrações judaicas por todo o mundo ficam estagnadas. Muitos judeus vão para o lugar que acreditam ser sua Terra Prometida, onde finalmente teriam paz. Aqueles que permaneceram no Brasil, apenas ficaram aqui por apego a terra, por saber que tinham ancorado em um mar seguro em que poderiam seguir suas vidas com tranquilidade, livres de ameaças.


Conclusão
            É muito difícil estudar casos de migrações isoladamente, ainda mais quando se trata de uma etnia em específico, como é o caso dos judeus. Durante toda a sua história eles foram perseguidos, e nunca tiveram um território que fosse seu de fato, permanecendo durante séculos na condição de povo peregrino.
            As razões que levam ao movimento migratório em geral são:
·         Uma origem a partir de catástrofes ou crises muito agudas;
·         Uma forte organização de grupos dispersos em forma de rede;
·         Uma longa duração dos vínculos (várias gerações) na dispersão;
·         Uma identidade étnica ou nacional reivindicada pelo grupo.
Em se tratando dos judeus é importante ressaltar, além desses motivos, que há a questão de que esse povo enriquece em qualquer lugar, mesmo em tempos de crises econômicas. Outro fator é o da preservação de sua cultura e de não aceitar mudanças na mesma, sendo esta passada de geração para geração. Isto leva à perseguição pelos demais povos, devido ao preconceito e à intolerância.
Os judeus são parte importante no desenvolvimento econômico quando se estuda o desenrolar do progresso de uma nação. Foi o que aconteceu no Brasil, desde o princípio da colonização, quando Portugal desejava se livrar daqueles considerados como “indesejados” até meados do século XX, quando ocorre a Segunda Guerra Mundial e a Alemanha está a todo o vapor na perseguição aos judeus. Eles encontram na terra brasileira seu refúgio.
A partir da criação do Estado de Israel, em 1948, após uma sofrida perseguição história (desde os tempos dos “antigos”, por assim dizer, na época das narrativas bíblicas) e cultural, os judeus enfim tem um território que lhes pertence – tantas vezes citada na Bíblia como “a terra que jurei a seus pais lhe dar”.
As migrações de judeus caem em todo o mundo. Aqueles que permaneceram no Brasil, por exemplo, foi porque se apegaram ao lugar; os que foram embora tinham em mente começar uma nova vida numa terra que acreditavam ser sua por direitos históricos, religiosos e culturais.
Referências bibliográficas
________________. A Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo: 1969.
________________. Judeus no Brasil Colônia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeus_no_Brasil_Col%C3%B4nia. Acesso em: 17/08/2012.
________________. Enciclopédia Viva. Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-6640,00.html. Acesso em: 07/10/2012.
ALGAZI, Isaac S. Síntese da História Judaica. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro2/sintese.htm. Acesso em: 17/08/2012.
CYTRYNOWICZ, Roney. Além do Estado e da ideologia: imigração judaica, Estado-Novo e Segunda Guerra Mundial. Disponível em: www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010201882002000200007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em 01/05/2012.
LUCENA, Raoni. Diáspora Judaica: uma análise a partir da migração de judeus para o Brasil no século XX. Disponível em: http://www.geodemo.uff.br/?p=583. Acesso em 22/03/2012.
MESEL, Katia. A Estrela e o Rochedo. Disponível em: http://www.youtube.com/user/katiamesel/?feature=watch. Acesso em: 17/08/2012.
SEREBENICK, Salomão. Breve História dos Judeus no Brasil. Disponível em: http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro10.htm. Acesso em: 17/08/2012.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Comparação entre Nazismo e Comunismo

É comum argumentos rasos que comparam nazismo e comunismo com números de mortos. Quando pessoas com simpatia ao nazismo, ou antipatia ao comunismo, ou as duas coisas, não sabem falar sobre comunismo, elas costumam afirmar que na China de Mao Tsé Tung e na União Soviética morreram muito mais pessoas que no nazismo.  Esse é um raciocínio leviano, ou seja, raso. Pq?   Vamos comparar a quantidade de africanos e indígenas que morreram (e morrem) e foram escravizados ( e são) por 5 séculos. Daí a gente compara o catolicismo e o protestantismo com base em quantas pessoas ambos mataram? Daí a gente tem o valor de uma e de outra religião. Afinal o número de mortos que aquela fé/ideologia causou define o valor de ambas, uma melhor outra pior.  É basicamente a mesma coisa. Vamos julgar os católicos pelo que fizeram com indígenas como julgamos nazistas pelo que fizeram com judeus? Faz sentido o raciocínio?  Comparar nazismo e comunismo é comparar ideologias e motivações para ações de pessoas.  Co

Capital e Social + ismo

CAPITAL é dinheiro que gera dinheiro. ISMO é tem a ver com doutrinas ou sistemas. Logo Capitalismo é um sistema pensado e elaborado a partir do CAPITAL, pelo CAPITAL e para o CAPITAL. Isso significa, em tese, que um país capitalista que dá certo é um país que aumenta a riqueza de um ano pro outro. Que aumenta o PIB, o comércio, os lucros. E uma parcela de miseráveis é consequência inevitável. E outra parcela de pobres é necessária. Haver pobreza e fome no capitalismo não é dar errado. É parte dele, inerente, necessário. Se a riqueza tá crescendo tá dando certo, não importa se está se acumulando. Agora raciocina o oposto. SOCIAL + ISMO. Sistema pensado e elaborado para o bem estar social. Em tese, um país socialista que dá certo é o país em que não há fome, miséria, sofrimento social, mesmo que esse país não aumente sua riqueza de um ano pro outro. Num país socialista, mesmo que não haja circulação de marcas, importados, tecnologias, itens de consumo, ele pode dar certo. Não haver pobre

Xangô, o Rei dos reis

Kaô Kabiecíle Xangô, senhor da Justiça os olhos que tudo vê  a força do trovão  o machado de duas faces  que corta por igual  tal qual a justiça dos justo Xangô que é soberano entre todos os Obás e Iabás Kaô Xangô