Autocracia literalmente significa a partir dos radicais gregos autos (por si próprio), kratos (poder), poder por si próprio. É uma forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo.

A tirania das ditaduras vividas ao longo de nossa
história um tipo de síndrome do pânico em relação à governos autocráticos ou
monárquicos. A falta de organização e capacidade administrativa de Príncipes e
Reis da Idade Moderna deram espaço aos modelos burgueses e capitalistas de
governo conhecidos como democracia, república, presidencialismo ou
parlamentarismo. Porém tais modelos são os mais recentes, e isso não significa
que ao longo da história da humanidade não existiram prósperos e harmoniosos
governos monárquicos ou autocráticos.
As ditaduras fascistas, nazista, militares e até as
socialistas durante o século XX aconteceram sob a estratégia do imperialismo,
da opressão e tirania. E por isso ruíram. A falta de identificação do povo para
com os governos e as disputas internas por tronos e cargos assim como a
competição econômica e territorial com outros países foram fatores para o
fracasso desses governos.
Uma monarquia ou autocracia pode se tornar
necessária e eficiente quando um governo e seu povo não são capazes de
estabelecer uma ordem necessária à harmonia social. E tal falta de capacidade
se dá pela falta de virtudes intelectuais, ou a virtu tão mencionada por Maquiavel sobre as qualidades necessárias
a um bom “Príncipe”. Uma república só adquire harmonia e estabilidade quando
seu povo é capaz de impor e manter tal harmonia. Nesse estágio ético e social de
um povo, qualquer conflito ideológico ou oposição política se torna uma fonte
de vigor ao Estado, fortalecendo a capacidade de atender as necessidades do
povo.
No caso do
caos político, da corrupção generalizada e da alienação e decadência ética de
um povo, um estado politicamente rígido, ou seja, autocrático, torna-se a única
solução imediata. O que cabe observar é que uma autocracia pode ser assassina e
catastrófica, como o Nazismo. Porém poderia ser esplendorosa a ponto de
oferecer bases fortes suficientes para construir promover uma saudável
transição para uma república saudável e harmônica. Imagine se Hitler não
cultivasse o ódio pelos judeus e também não tivesse a ambição de conquistar a
Europa e o mundo?
Tudo depende da virtu,
da ética, da coerência e da retidão do líder e das bases ideológicas e
políticas que tal líder oferecesse à seu povo através da educação.
A maioria das repúblicas do mundo atual não são
harmônicas. Há desigualdades extremas. Injustiças sociais gravíssimas, e total
falta de humanismo por parte do Estado. Se uma autocracia estabelecesse um
contrato social rígido e forte como propõe Hobbes e um senso de justiça social
como propõe Rousseau, essa autocracia seria boa. O bem estar seria coletivo e
justo. Mas enquanto isso não acontece continuamos com a esperança de que a
ética de alguns consiga conviver com a corrupção da maioria e, lentamente, vá diminuindo
as eternas injustiças sociais, ou pelo menos mantendo as condições de
sobrevivência.
Temos que manter a esperança de que a
porcentagem econômica direcionada à educação e ao bem estar dos cidadãos
aumentem alguns décimos ou centésimos a cada governo. Continuemos esperando
que entre tanta politicagem e jogos de interesses reste políticas públicas que
melhorem as condições de sobrevivência das pessoas.
Amém! Rsrsrs... Ótimas reflexões!
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