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A Era da Alienação

    

A geração jovem do séc. XXI encontra-se dominada por um perigoso fenômeno: a alienação em massa. A alienação à qual me refiro é aquela em que as pessoas são totalmente alheias aos acontecimentos políticos e sociais que as cercam; são bloqueadas mentalmente de qualquer tipo de reflexão ou sensibilidade social; consideram totalmente dispensável qualquer tipo de exercício mental ou espiritual; contentam em direcionar todos os esforços de suas vidas ao lazer, prazer entretenimento.
     As gerações das décadas de 1990 e 2000 estão sendo derrotadas pelos meios de comunicação em massa. Uma total aceitação de todo tipo de entretenimento não construtivo e alienante é diretamente proporcional à despolitização dos jovens e adultos.
     Não existe mais curiosidade. Os adolescentes não praticam a curiosidade. O intelecto e a erudição não são mais um fator de socialização, auto-afirmação ou mesmo status. Não devemos afirmar que a estética corporal e facial eram insignificantes, ao contrário sempre foi um fator importante. O fato é  que atualmente essa estética é prioridade absoluta nas relações humanas e de aceitação social, assim como é também critério absoluto na escolha de parceiros sexuais.
      Estamos vivendo o fenômeno da substituição Ser pelo Ter e Parecer.
     A necessidade de politização está sendo superada pelo vício em entretenimento. Entretenimentos que giram em torno de sexo e violência. 

Comentários

  1. "Pão e Circo" dos tempos modernos...

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  2. Querido amigo Alan,

    de quando em vez leio um post desses que vc nos manda, não leio todos, pois como vc mesmo diz a era da informação impera. Acho muito legal a iniciativa e principalmente a disposição da escrita quase diária e acho bacana tb porque sinto que tá trabalhando com juventude e educação - tá trabalhando como professor, o que muda e faz mais interessante ainda o seu lugar de fala.

    Contudo, vejo em algumas falas suas, algumas idéias minhas, radicais, de começo de graduação: manipulação absoluta, alienação extrema, o povo como massa... Juro que não virei a casaca e muito menos perdi a vontade e o viés crítico, mas pelas leituras que vim fazendo (na comunicação mesmo) comecei a relativizar e flexibilizar algumas dessas noções. Vc, com formação em filosofia, já leu alguma coisa do M. de Certeau? Ele revê o conceiito de cultura e traz uma noção de prática cultural super interessante pra gte, por exemplo, extirpando a ideia de passividade do sujeito (pra isso ele desenvolve os conceitos de tática e estratégia). Antes do Certeau, nos anos 60 os estudos Culturais ingleses tem o marco de dois autores que gosto muito: Raymond Williams e Richard Hoggart. Eles trabalharam a noção de cultura e do sujeito da classe operária, ambos pensando práticas de leitura e consumo cultural. Se vc não conhecer esses autores, acho que podem ser bem-vindos pra possíveis pensamentos e construções aqui do Blog. Meios de Comunicação merecem críticas: sim! Mas a vida cotidiana mostra pra gte, em cada esquina, que homens e mulheres não sao massa.

    No mais, um abraço apertado!
    Priscilinha.

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