Pular para o conteúdo principal

Democracia além do voto



E agora brasileiro?

Sendo oposição ou não os brasileiros tendem a voltar a fechar os olhos para tudo o que se passa em nosso país. Para muitos as eleições foi mais uma disputa, mais uma masturbação de ego, mais uma mera reprodução de informações (e muitas, idiotas e sem fundamento de ambos os lados). Todos ficaram comovidos com a mobilização pró-Dilma e contra Serra dos artistas, intelectuais, filósofos, médicos e muitas categorias que se uniram em favor da vitória de Dilma. Mas a diferença foi pequena. O que significa que a mobilização por pouco fracassou.

O que resta aos brasileiros agora?
Tudo. É muito importante termos a consciência que o voto não é a única e mais eficiente participação democrática do cidadão, como diz a mídia. Ao contrário, é a mais superficial e ineficiente pois, o voto é individual e só se direciona à escolha do candidato. A maneira mais eficiente é, sem dúvida, a mobilização. A mobilização, nesse momento, consiste na movimentação de pessoas em favor ou contra projetos de lei e suas aprovações. Para isso é preciso estar informado do que está acontecendo. Você, caro cidadão, se passar a usar 10% do tempo que usa a internet para se informar com o que seus representantes estão gastando seu tempo e seu dinheiro, já seria uma grande participação democrática. Muito maior do que o voto.

Acompanhar. Conhecer as propostas e projetos nada mais é do que saber o que estão fazendo com seu dinheiro. A política não se resume em eleições. Pense nisso. Se todas as pessoas que se mobilizaram e se manifestaram com e-mails e discussões informais continuarem acompanhando e divulgando o que nossos eleitos estão fazendo, nossa falha e injusta democracia será cada vez menos ilegítima.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hoje é o dia do registro do meu vô.  Zé Nogueira.  Puxador de enxada. Agricultor raiz.  Aquele que planta, rega, aduba, colhe, carrega no carrinho de mão. Nunca gostou de explorar nem criação, como cavalo, mula e burro e boi. Aquele que pega, carrega e vende no carrinho de mão. Com as próprias mãos.  Anos e anos batendo perna na cidade inteira, vendendo e vendendo, à vista e fiado, mas cobrando com classe e gentileza: leva esse e fica devendo 2, dona Maria.  Zé Nogueira.  A pouca memória que tenho como neto dos do meio, é tanta que não cabe aqui.  Mas só sei que é boa. Memória boa. De um neto que herdou coisa boa.  Bença vô!

a questão é ÉTICA. é sempre ética.

  lixo na rua, banheiros imundos, escola vandalizada, colar na prova, furar fila. golpistas de todos os tipos prosperam na sociedade de consumo. Cartão de crédito, boletos falsos, aplicativos e emails com fraudes. Golpe do celular, da casa própria, da funerária, do plano de saúde, do seguro do carro. Golpe atrás de golpe. polícia abusiva. grito, suborno, esculacho e humilhação, as vezes só porque o documento está atrasado, e o seu guarda não foi com sua cara. taxas, impostos e juros pra todo lado. absurdamente. abusivamente. e, por outro lado, propina solta pra fiscal deixar passar bastante contrabando. Celular, queijo, farinha de todos os tipos. É o mercado que gira de tudo, basta ter quem compra. tem mentira e manipulação ao vivo todo dia. tem omissão de informação, tem conchavo de empresa, com polícia, político e chefão de boca e milícia, e até com canal de televisão. Esse país é mesmo exemplo de ORGANIZAÇÃO. tem rádio, TV e jornal, que só informa o que quer. e no final dá no t...

Por que evangélicos neopentecostais odeiam tanto as religiões afro?

Concorrência. Tantos os terreiros e centros de umbanda e candomblé quantos as igrejas neopentecostais se concentram nas periferias e favelas. Elas disputam um mesmo público em um mesmo espaço geográfico. Nas favelas e periferias estão as piores e mais frequentes mazelas. Drogas, violência doméstica, violência do tráfico, violência da polícia, falta de hospitais e escolas decentes. Na favela está concentrado o sofrimento geral que a pobreza causa. E tanto pastores e pastoras quanto pais e mães de santo estão atendendo e consolando essa gente sofrida. Cada uma consola a seu modo. Porém é comum as igrejas neopentecostais declararem ódio e intolerância abertamente contra "macumbeiros" como uma estratégia de manipulação e proveito da ignorância alheia. Um evangélico que mora na favela sempre tem um vizinho macumbeiro. O discurso do medo, do diabo, do feitiço, um pensamento medieval que ainda custa a vida e a honra das pessoas. Um macumbeiro não tem um evangélico como inimigo, a ...