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Mostrando postagens com o rótulo Poemas/poesias e contos;

Palavras Escravas

Por Alan Geraldo Myleo As palavras são escravas São como fogo do pensar Emanam o calor das ideias Sentimentos em centelhas A escrita é como um servo Das palavras guardam versos Em estrofes e parágrafos Eternos desabafos. Na poética tudo é livre Em verbos e adjetivos Qualquer ideia sobrevive O pensar se faz ser vivo. Arte que é arte não se mede Não há regras em se expressar Arte mesmo se expressa e se diverte Basta um sentir e um pensar.

Hum???

Por Alan Geraldo Myleo Onde? Como? Quando? Por que? Como pensa nossa mente Isso existe realmente?   Meio quilo de carne Alguns impulsos elétricos Muitos sonhos, muita arte Memórias, histórias, instintos secretos.   De tudo que existe Qual é a essência? Uma missão ou um teste? A razão da existência?   Sou imagem e semelhança? Da evolução mais uma herança? Filhos do grande arquiteto? Ou do acaso um projeto? Já disserem que só sei que nada sei E também que logo existo quando penso Afinal tudo nunca é como pensei  E nada é a resposta pro que faço.

Sob(re) Controle

          Por Alan Geraldo Myleo Como grita nosso povo Como fede nosso esgoto.  Se vivemos pelo pão nunca cantamos um refrão.  Na batalha do salário como escravos no passado.  Mas a ordem vem de cima Desce a escada social.  Sem saber de nossa vida Nos protegem contra o mal  Mas o mal são eles mesmos disfarçados de doutores  com gravatas e colares. Seus poderes são heranças  Das elites do passado Fazendeiros de abundância.  Recebidos com orgulho Pelas elites do presente  E também para os parentes Nossos patrões do futuro.

Passadouro ao presentóleo

Por Alan Geraldo Myleo No passado fomos roubados No presente enganados. Invadidos por miseráveis destemidos  Foram eles sangue-sugas, os portugueses Verdadeiro parasitas desprezíveis  Que o roubo repassaram para aqueles.  Aqueles outros, os ingleses Verdadeiras aves de rapina  Criaram um discípulo tão voraz Que o mesmo até hoje ainda faz.  No passado era ouro. Cana-de-açucar, cacau e café quase interminável tesouro. Tanta riqueza pra nobreza E para o povo que trabalha só lamúria, dor e batalha.  No presente é o petróleo Nossa fonte de progresso  Energia que, tomara, financia Das nossas criança, o sucesso.  Será que tudo se repetirá? Nossa riqueza para outro irá? Como pode nosso povo? Aceitar tanto desgosto? Quantos gritos haverá? Quando enfim alcançará? O povo desse lugar A justiça e o bem estar?

Globalização: a ilusão de um mundo unido

Por Alan Geraldo Myleo  Vivemos na era da velocidade Somos todos filhos da cidade Somos instruídos pela era da informação Estamos confundidos pela banalização.   De Moçambique ao Japão Da Argentina ao Paquistão A distância é um clique e uma tela  Amo muito tudo isso... sempre Coca-Cola.  Você pensa que miséria é só aqui? A violência não é só televisão. De nosso bolso sai centavo em centavo Do outro lado uma criança é mais um alvo.  Que maravilha assistir tanta união Tem tanta gente, automóvel e celular Mas que mentira! Isso tudo é ilusão. Quem sabe um dia vai ter jeito esse lugar. 

Povo Como Gado

Dos tempos que temos passado Somos tocados como gado. Dos tempos que temos vivido De nossa boca só gemido. Independência pra quem é livre Paciência pra quem quer trigo. Republica para quem manda Imposto pra quem anda. Para o dono Estado Novo Pra quem trabalha pão com ovo. Nossa história é tão rica Cana de açúcar, café e muito ouro. Para o cidadão liberdade Para o patrão felicidade. Em nosso ouvido rede globo Em nossas mentes, mais um bobo. Ser feliz não é um sonho Se na novela eu me ponho. Amar ao próximo não convém O importante é o que se tem. Nesse mundo... como viver? Se ter e parecer valem mais do que ser. 

Uns e Outros

  O outro é o inimigo de um. Mas aliado seria se fosse amigo do outro. O outro tem medo do um. Pois um quer sempre ser o outro. O outro sempre inveja o um, pois o um sempre se acha melhor que o outro. O outro nunca elogia o um, pois, um não valoriza o outro. Um não respeita o outro, e o outro sempre despreza o um. Um e outro não são felizes. Nunca serão. Vivem sós, mesmo rodeados de uns e outros. Um e outro não sabem que um depende de outro. Que outro também é um e, um pode ser outro. Um e outro não sabem. Não querem saber. Mas sentem. Vão sempre sentir. Que um completa o outro. Que outro precisa de um. Um não vive sem outro. Que um pode vir a ser outro. Por isso o outro sempre deve respeitar um. Um é você. Ele é outro. Ela é uma, e pode se tornar outra. Nós somos um. Eles são outros, que também são um. Outros são uns. Uns são todos. E todos somos um.  

História da Pedra

Pedra feita de fogo. Fogo do sol. Do centro. Do espaço. Pedra do meio do caminho. Caminho por cima da pedra. P edra do fundo do rio. Água que medra da pedra. Pedra que quebra pedra. Areia que fere os olhos. Lágrimas que molham a terra. Terra que um dia foi pedra. Pedra que quebra o coco. Quebra o osso, a cabeça e faz fogo. Pedra de ponta de lança. Lança de ponta afiada. Afiada pra guerra, pra caça e pro ódio. Pedra que brilha e reluz. Esquenta derrete e esfria. Pedra dourada. Pedra de bronze, de ferro e de prata. Pedra por cima de pedra. Pedra da tumba, do templo, do altar, da trilha e do tempo. Pedra é de Vânia. Que reflete, constrói e ensina.   Pedra em cima do teto, embaixo da chuva. Pedra que protege o afeto. Pedra da mesa do altar. Pedra banhada de sangue pra Deus. Jah, Tupã, Orixá. Buda, Shiva e Alá. Sangue que aviva a pedra. Pedra que sustenta a fé. Pedra que é viva, energética e ativa. Pedra do fundo da terra. Incandescente, esfumaçante, irradiant

Verdade

Não há beleza na verdade. Na verdade só há verdade. Na verdade há força, há honra, há honestidade. Há também incompreensão. Há intolerância. São tamanhas as barreiras da verdade, que muitas vezes, omiti-la é uma saída pacífica para o que pode se tornar uma guerra onde nunca haverá um vencedor. Ninguém perde por ser verdadeiro. A verdade traz força na palavra. Traz força no caráter. Mesmo que essa verdade seja inconveniente, chocante e quebre todas as regras e padrões que até então estão postos como verdade. Ser verdadeiro é uma virtude que agrada a poucos e falta a muitos.

simpli(feli)cidade

O que é felicidade? De quem depende a sua felicidade? Da opinião dos outros? Do que pensam de você? Se acham que você é bonito (a)? Ou não? Será que a felicidade se traduz e limita àquilo que nos é ensinado como felicidade? Agir como se quer ou como as pessoas acham que é correto? Ficar preso aos padrões sem se ater ao bem-estar? Estar bem. Esse é o mais importante sentimento ou sensação. Estar bem, se sentir bem, feliz... é o sonho de todos, mas nem todos, ou melhor, a maioria das pessoas não percebem que isso pode ser muito mais fácil que parece. Raul já dizia, "o homem é o exercício que faz". É preciso exercitar nossa alma, nossa mente e nosso coração para que as coisas simples da vida nos façam feliz. Exercitar-nos para que os infortúnios sejam encarados como necessários para o crescimento próprio e sempre ver no outro suas virtudes antes dos defeitos. 

Uma Oração Racional

    O céu ou a terra? Quando a grande força criadora, o mistério, a origem de tudo, Olodumáre, Zambe Maior, tudo criou, criou mutuamente a energia e a matéria, ou melhor da energia criou a matéria, como dizem os defensores do “Big Bang”. A matéria Ele dividiu em quatro elementos e criou as condições das infinitas metamorfoses desses elementos. Olodumáre deu a este planeta a vida que conhecemos. A força vital que criou todas as outras formas de vida. A vida que criou a vida. A vida que nos criou. E criou nossa consciência. A habilidade de saber que sabemos. A capacidade de questionar. A insaciável dúvida. A infinita curiosidade. Com essa capacidade passamos a nos “religar”. Buscar. Louvar. Pedir e agradecer àquilo que criou a vida, que por sua vez, nos criou. E então voltamos à origem. Ou melhor, nossa consciência nos apresenta nossa origem. Nossa curiosidade nos apresenta a origem material criada pelo princípio da energia, criada por Olodumáre, ou o Mistério. Os quatro

Adolescentes do mundo, despertai-vos!!!

O mundo é uma droga. O meu mundo é uma droga. A vida alheia é um paraíso. Ou não. Todos são felizes, menos eu. A insaciável condição de felicidade é uma arma de consumo. Sites de relacionamento sustentam uma condição de ser/ter ideal. Fazer de sua vida a cópia de padrões consumistas e americanizados em que a popularidade baseia-se no rosto, no corpo e nos bens “perfeitos” faz parte da incessante busca adolescente. A própria internet se tornou um recurso de reprodução de padrões “globali(amercani)zados” de comportamento e aparência. Adolescentes do mundo, despertai-vos!!!    

Dialética

O dia sempre começa. E termina. Um pensamente sempre acorda. E dorme. Construir. Bens e idéias. Idéias para bens. Ética: idéias, o próximo. Necessidades: matéria, eu.    Síntese: Não existe "eu" sem "próximo".  Não existe "matéria" sem "idéia".        

Mundo Urbano

Estação Rodoviária. Tietê. Estação 103.3. Cultura FM. Pessoas de todas as cores, aparências, orientações políticas, sexuais, filosóficas e sociais. Desorientadas. São Paulo. Megalópole latino-americana. Poluição e cultura. Arranha-céus e pessoas. Carros... estacionamentos e mais carros. Casais felizes. Solitários. Exu, Buda, Cristo e o Satanás. É proibido fumar. É proibido usar salto alto, mini-saia. Salve o Corinthians. Filosofia urbana. Sociologia da(o) capital.

Sentimento não se perde

Nada se perde tudo se recria à revelia do que se sente O que se sente não se perde Transforma e oscila Como energia que se mede Se mede sem medida Medida de fogo e raio Que se cria e se recria

Uma dica à dúvida

Meu caro amigo, Quando a vontade bater No fundo de seu ser Faça acontecer. Pois aquilo que assim por dizer,  diz-se que não pode ser Mora no lugar mais longe de você. Mora no mundo das impossibilidades. Mas quem tem habilidade De fazer da dificuldade Um caminho à felicidade Que no fundo no fundo está aí mesmo. Onde se olha e não se vê. Está dentro de você. 

A vida em um conto

  Era uma vez uma criança. Comum, como outra qualquer. Comia, bebia e dormia, mas não sabia a diferença entre o que sonhava e o que vivia. E então se perdia. Quando se via só, s abia que não estava. Ou pelo menos pensava. Sabia que pensava ou pensava que sabia. Quando sozinho no escuro alguma coisa lhe falava, mas o ouvido não escutava. A mente ouvia, mas pelas orelhas nada entrava. E ele não temia. Receava. Era criança do mato. E da cidade. Da cidade e do mato. Gostava do silêncio, do silêncio do mato. Gostava da noite. Da noite da rua. Também gostava do barulho. Dos bichos do mato. Das gentes da rua. Ele gostava de saber, de aprender, de se perder. Só não gostava de se arrepender. Sempre buscava fazer, qualquer o que. Fazer. Refazer. Fazendo aprender, arrepender e de novo aprender. Então ele descobriu o amor. Chorou, desejou, desgostou e regostou. E sorriu. Chorou de sorrir. E sorriu de gostar. Fez. O que não era de se fazer. E chorou, de novo chorou. Esqueceu e voltou a ouvir. F