No marasmo da inutilidade de mim mesmo Penso talvez que pudesse por vez Inventar, produzir, fazer e refazer Algo que fosse, assim de minha posse Que pudesse, quem sabe, servisse Para algo, tão simples que fosse. Tipo o talco pra frieira Um terço pra uma freira Ou barraca numa feira. Mas logo, muito em breve, bem sutil como neve, Uma preguiça me consome, uma moleza de moléstia Me abate como um touro no corredor do matadouro. Mas de repente, não mais que num repente Me volto pra mim mesmo, em um surto de momento Banhado em arrependimento, me açoito, me condeno Vagabundo, imprestável, cão sarnento. Penso, repenso, dispenso, compenso Do tempo perdido na preguiça Feito inseto, parasita, carrapicho Urubu sedento na carniça. Então me faço forte como poste em rua escura Penso que em mim mesmo erguerei uma estrutura De muita honra, altivez e bravura. Trabalhar, conquistar uma postura De gente decente com altura De chegar, poder f...
A meta da humanidade é ser humana