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Mostrando postagens com o rótulo Poemas/poesias e contos

Se Todos Fossem Poetas e Poetizas

Nessa manhã de verão desse século de incertezas me vejo incomodado por um desejo um tanto quanto incomum. Gostaria eu, realmente amaria se melhor expresso o que sinto, mais do que amo normalmente todas as coisas, que todas as pessoas que gosto, prezo, admiro e amo fossem escritoras. Se assim fosse, eu poderia, talvez, melhor compreender o que sentem e como sentem. Poderia eu, se poetas e poetizas fossem, saber como lhes amar melhor, lhes agradar mais vezes, lhes chatear menos. Se poetas e poetizas fossem as pessoas que amo, dedicaria mais tempo de minhas leituras às suas palavras. Às pessoas vivas que são. E que vivem minha vida como vivo as suas. Não que as pessoas mortas não mereçam minha leitura. Pelo contrário. Por estarem mortas em matéria e eternas em palavras são ainda, com certeza, mais do que honradas. Mas porém e todavia, são sempre mais dignas as pessoas vivas por assim estarem. Vivas. Vivas e amadas. Em mesmo enquanto poeta escritor, não dou tanto valor à estimada geni

Ensaio Sobre a Paixão

Até que ponto podemos controlar nossos sentimentos? Bem estar, alegria, satisfação, emoção, amor, ódio, raiva, desprezo, paixão. Paixão. Eis o mais complexo. O mais cruel. O mais intenso. Na paixão há masoquismo. Paixão é quase sinônimo de sofrimento. Quase? Quase não. É o próprio sofrimento. A paixão é o querer impossível. Impulsivo. Mas qualquer impossibilidade torna-se alcançável quando há paixão. Na paixão mora a dúvida. Incompreensão. Incompreensão sobre a causa. De onde vem tal sensação. O que explica tamanha obsessão. Na paixão há medo. Medo das consequências de trocar uma vida por um momento. Há também esperança. Esperança que tal momento se torne uma vida. E que dure toda ela. Toda e além. Além da idade. Dos anos que corroem a convivência com ferrugem em ferro puro. A paixão é ilusão. Ilusão de que aquilo que não pode ser seja. Ilusão de felicidade plena em apenas um abraço. No cheiro do perfume doce no cabelo e no hálito. Felicidade eterna em gesto pass

Reflexividade

A contemporaneidade absorve-me Assim como faz-me absorver coisas estranhas. Essas coisas não se resumem em abstrato ou concreto Vão além da fome, da sede, da carência de afeto. Confunde-me, divide-me entre perdição e libertação. Enche meus ouvidos, pulmões, nariz e coração. Enche-me de impurezas De efeitos colaterais, laterais, horizontais e verticais. Expressivos e opressivos. Degusto a angústia que corrói-me a mesma parte a cada dia. Num suplício de prometeu acorrentado à rocha Prometo dia-a-dia, suportar a cada dia Minha insana mente reflexiva. 

Olhos No Espelho

                     Aqueles olhos. Nem verdes nem azuis. Não tem a cor do mel nem do céu. Castanhos apenas. Escuros. Cílios longos. Pretos da cor da pupila. A menina dos olhos. O brilho é da noite. De lua cheia atrás das nuvens. De céu sem estrelas de tantas nuvens. Vencidas pela lua cheia cheia de brilho, Como os olhos quando cheio de lágrimas.  Aqueles olhos. De águia. Atentos. Focados. Hipnóticos. Estáticos em movimento. Cada um deles. Olhar profundo. Como tal só os sábios. Olhos desenhados de herança cigana. Janelas da alma. Portais do ser. Transcende imagens em sensações. Em dimensões de olhares aos impulsos do que se sente. Meus olhos. 

Cores Por Cores

Minhas cores são sobrepostas como meus pés em meus sapatos. São como células de vida. Em minha cabeça pinceladas. A cada ponto, um pensamento. Em cada cor um sentimento. Ou nada. Suave movimento. As cores de som, cores de tom, de luz, de sombra. De sobra de sono. Gole de vinho. Nostalgia. Insônia. Tudo são cores. Sons. Palavras. Sem som. 

Essência em Decadência

Somos como múmias enroladas em símbolos capitalistas. Escravos de curtidas, compartilhadas e comentadas. Verdadeiros fantoches controlados por maquininhas quase inteligentes. Centímetros cúbicos poderosos. Vivemos em imagens congeladas pelo flash. O que é real não importa mais. Não somos mais animais. Hoje sim, não somos mais. Quão melhores eles são. São o que são. Em tempo real. Em vida real. Vivida, sentida. Nós, não somos nada. Nós não somos nem máquinas. Somos mesmo, escravos em marcha. Rumo à decadência da alma. Perdendo nossa essência. Somos. Pensamos. Em nada. Esfacelados... perdidos... julgados... punidos... condenados... em vaidade pervertidos.  Somos escravos. “Os homens criam as máquinas. E as máquinas recriam os homens.” (Acho que é do Freud)  

Memórias - Por Thais Fernanda

Elas nascem no momento que o cérebro registra a situação,  Às vezes ela é esquecida, como todas as pessoas um dia são. Elas são coisas tão vivas dentro de ti, Que as más o corroem, E as boas o ilumina. São quase humanas. Pois, na essência. Um sentimento. E junto a você, Em um dia, Morrerá.

Desespero - Por Thais Fernanda

Mas era o lugar errado. Mas o errado não importava mais. Na escuridão, o caído. Da gravidade, sua lei. O barulho de um grito do silêncio interno. Porque não foi no certo? Porque a lei não foi quebrada? Porque a gravidade não é inversa. A lua iluminou o horror. Esse silêncio nunca mais gritou.

Clones - Por Thais Fernanda

Os clones paralelos, Gritam, socam e marcam este. Os erros corroem o cérebro. Não há mais outras possibilidades. Os paralelos são um, Que grita, soca e se marca. O sangue da consciência. Dia a dia, O afoga Sem morte. Nunca mais a superfície. Mergulhado se manterá.